quinta-feira, 28 de junho de 2007

A Fartura da Futura Fortuna de Felipe

Felipe adorava carrinhos. Tinha vários deles em sua estante. Cada um deles significava algo especial em sua vida. Três deles foram dados por seu avô.

Seu Fernando não tinha muitos netos, apenas dois. Um morava em Roma, na Itália. Era filho de seu primogénito, que não por acaso era seu filho preferido.
O outro morava na cidade maravilhosa do Rio de Janeiro, na Barra. Era filho de um fruto proibido. Esse fruto proibido era Fábio, pai de Felipe.

Felipe passava a maior parte dos seus dias na casa de sua tia por parte de mãe. Não que ela gostasse muito do sobrinho. Era paga para cuidar dele.

A única pessoa que Felipe tinha era seu pai. Sua mãe morreu quando ainda era pequeno. Consegui lembrar do seu rosto, graças as fotos, mas não de sua voz. As vezes ouvia ela contando para ele em seus sonhos, mas já não sabia se era realmente a voz dela, ou se era apenas fruto de sua imaginação.

Fernando estava muito doente. Passava a maior parte do seus dias em uma cama. Sabia que estava morrendo, queria se redimir dos seus pecados. Mas eram tantos...
Lembrava da pomba que matou quando tinha 8 anos. Lembrava da menina que traiu em sua adolecência. Lembrava do seu filho Fábio, que nem ao menos sabia se estava vivo ou morto.

Já que não podia consertar todos esses erros, tentaria consertar pelo menos os mais recentes. Queria saber noticias do seu filho. O que foi feito dele. Se tinha casado. Se tinha filhos. Mas seria uma boa idéia? Provavelmente ele o odiava.

Contratou um detetive particular.

Felipe queria falar com seu pai, queria contar sobre a peça da escola da qual iria participar. Seria um cavaleiro real!! Estava todo empolgado e queria que seu pai o ajudasse a fazer sua armadura de papelão.

Fábio trabalhava em outra cidade, só vinha visitar o filho uma vez por mês. As vezes menos. Mas já fazia quase quatro meses que ele não aparecia, nem telefonava. Felipe estava preocupado.

continua...

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