sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Florescer


As folhas secam no Outono, pelo simples fato de morrerem, perderem sua essência de vida. Ao contrario do que se possa imaginar, é algo extraordinário, um momento sublimemente lindo, que começa no último estalo do caule da folha seca se desprendendo do restante do vegetal até o momento em que pousa no chão. Fica ainda mais belo quando plana deitada no vento antes de encontrar lençóis de terra ou água, mesmo que se perca nas rachaduras das pedras urbanas, apenas pelo fato de voar. A sensação de liberdade é única, liberta até mesmo da folha verde ou de qual quer outra cor que em algum tempo fora e do futuro passo que irá quebrá-la em pedaços decompostos. Morte, fato. Tristeza, momento. Saudade, sensação. Todo restante é de mesmo valor, não há morte ou tristeza, nem mesmo saudade, apenas mais uma folha que se vai para o campo etéreo.


Felipe Menezes

domingo, 15 de novembro de 2009

A significância do caos

Do caos vem à luz
Do cimento vem ao chão
A marca do concreto
O sucesso do conceito
Tudo é áspero
Um tanto incerto
Nuvens redondas são o teto 
Paredes de papelão 
Siga em frente
A ocasião pede uma retomada 
Vamos ao centro
Seja o que sobrar
Seja a luz e o caos
Seja o final
Seja o que ficar

 
O mundo é feito de coisas precisas. Algumas preciosas e outras não. Preciso ser mais específico.
Divagações inúteis são necessárias. Elas despertam a consciência de seres humanos preocupados em encontrar algo que não sabem ao certo o que é. A significância do caos. No fundo é tudo o que nos resta. 
No princípio é tudo pela lógica. Então, em certos momentos, os algarismos são deixados de lado em prol de sentimentos nem sempre claros.
A definição de causalidade pode ser observada pela sequência ilógica de fatos corriqueiros acontecendo em um certo intervalo de tempo e sem uma sequência pré-definida. Essa seria a extinção do homem. Não sobreviveríamos à rotinas racionais. 
No principio tudo era o caos. E dele fez-se a luz.