terça-feira, 29 de julho de 2008

Atos em razão de si

Há momentos como esse
Simplórios acasos
Onde tudo que encontramos nos é estranho
Onde tudo que nos conforta parece distante
Quando poucas coisas fazem sentido
Conflitos
Aperto no coração
Tristeza conformada
Razão...
Procurando uma explicação
Atos...
Subserviência dos atos em si
Razão...
Desconfio das certezas
Desconfio das amizades
Desconfio da vida
Desconfio da felicidade
E diante de tanta desconfiança...
Diante de tantos perigos eminentes... Imaginários!
Perco-me, cada vez mais
Cada vez mais e mais...
Foi-se a razão.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Gestão do ser corrido ao pé

Sempre que encontrava algo melhor, ela o trocava.
Tinha a sensação de ápice. Algo fugido de dentro, do centro. Algo abominável. Procurava o pé. Procurava sempre pelo pé. Jamais sorria.

Tentava de todo modo se livrar da desagradável criatura. Em vão, sempre em vão. Era mais forte, mas alto e visivelmente superior.

Cortava-lhe lasquinhas do dedão esquerdo. Tentava feri-lo. E corria de medo dele. Morria de medo dele.

Tinha porém uma curiosidade, unida com uma coragem inusitada.

Forte e lerdo, ele acordava. Fazia dois movimentos bestiais e retornava ao seu sono íntimo e refrescante. Voltado para o sol. O segundo sol.

Ela precisava trocá-lo, e tocá-lo em outra extremidade do seu ser corrente. Prende-lo em seu arco flamejante. Cortá-lo novamente, quem sabe?

Foi-se em nova investida: Cuspir-lhe à cara. Falsos trejeitos a desconcertaram.

Gestão de seus movimentos.

Estava pra desistir diante de tudo aquilo que era a criatura. Pensou-se em ir. Pensou-se ali. Logo, pensou em ficar. Tentar tudo novamente. Acordar sem despertá-lo.

Foi-se uma, duas e logo a terceira batida: Dormia profundamente em seu recanto não mais silencioso.

Foi-se quatro, cinco e a sexta batida: Virou-se para o lado.

Foi-se sete, oito, nove e a décima batida: Trovoadas seguidas de vento!

Acordara o gigante! Seus pés bateram no chão com impressionante força e firmeza. Ela sucumbiu diante do pesado pó.

Distante corrida até o fim seguro.

Precipitou-se a desistir. Indo embora pelo torto caminho de pedra lascada e seca.

Água em teus olhos. Água salgada surgia, embaçando sua visão.


Ele se aproximava. Seu desespero, seu choro, sua pulsação antes pendentes, explodiram.

Aproximava-se. Suspense mórbido.

Foi então que a criatura sorriu. A ergueu com sua mão de pele tão dura.
Diante dela o gigante sorriu.

Não iria mais trocá-lo. Apenas tocá-lo. Para sentir.
Sentiu-o como havia sonhado em sentir seu predecessor inexistente.

Por fim sorriu.

Títulos dos próximos contos!

- "Gestão do ser corrido ao pé"

- "Quando a menina passa"

- "Apesar de você, Chico"

- "A amiúde iniqüidade lancinante do asco por ti"

- "O ser vil que serviu"

(não necessariamente nessa ordem)

EM BREVE!

(ou não tão breve... )

Em torno do eixo meu


Adorar é sei que está chegando, mas não chegou. Atrasado talvez. Talvez não venha...

Adorar: Fato contraditório em relação ao afeto. Afetuosa palavra que descreve a apreciação de um certo ser a sua volta ou não. Tudo adorável em torno do eixo eu. Forte sentimento de gostar, porém reduzido pela astúcia do tempo que ainda não chegou.

Amar é diferente. É algo maior, melhor.

Amar: Gostar de modo intimamente gentil e traiçoeiro. Sentir-se perdido, isolado em seu sentimento, mesmo repreendido pelo ser amado. Coisa boba. Flor do amanhã que ainda não nasceu. Gosto de você, meu amor.

Sinto agora. E agora eu sinto... MUITO!

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Enfim só

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Homem de pedra dura

Sou um homem de pedra, pedra dura
Que não habita, se habitua

Ainda lembro da ultima vez que sentir o calor de um abrigo.
Tão quente.
Aconchegante.
Fiz de tudo pra ficar, mas cai.
Fui expulso, escorraçado.

Tive que lembrar que ainda seria capaz de voltar.
Nunca voltei.

Estou aqui, no frio, sereno frio.

Coisas surgiram em minha mente.
Mente confusa a minha.
Mente insana.
Pensa em voltar.
Pensa em aceitar.
Aceitar sua falta de talento.
Sua vocação de ser nada e nada ser.
Seu desespero.
Essa vontade de sumir.
Algo demais até pra mim.
Foda-se!

Olá sol brilhante, incandescente!
Estou apenas esperando o momento de sua morte.
Estarei morto, mas ainda assim, tenha certeza que apreciarei o espetáculo em toda sua glória.
De forma silenciosa, sem chamar atenção, mas estarei lá, observando sua morte, assim como observou a minha.

Vida grosseira. Revolta.

Há de acabar.
Acabou.
Agora já acabou tudo.

Fui pra onde nunca achei que iria.
Fui pra muito longe.
Fui pra não voltar.
Voltei.

Agora sigo com a lua. Onde ela me levará não sei.

Quando se encontrar com o sol, saberei.

Saberei se ainda sou um homem de pedra, pedra dura.

Elo vago


A felicidade aproxima-se

entra pela porta entreaberta
estava quase fechada

Não é difícil fazer alguém feliz
É tão fácil
Tente
Descubra...
e Permute!
Mude...
se achar necessário
Ocupe...
se achar vago

Adapte-se!

Fortaleça seu vocabulário
Use palavras carinhosas
Mas que transmitam verdade
Você feliz
Logo sou feliz

A prosa
O verso
E a poesia
Todos estão aqui
Perto de mim
Todos farão de ti
Algo melhor

terça-feira, 1 de julho de 2008

A bela adormecida com insônia

Eu interpretando a bela adormecida em um monólogo que escrevi.

Filmagem (
mode "mal de parkison" on) by Camila (Mimi)

Brigadão xuxu!!!

PS: ta faltando o comecinho.

PS.2: Reparem na pessoa filmando e rindo ao mesmo tempo, isso sem contar ela falando "meu orgulho" durante a filmagem... Porra!! Foi pra isso que eu te contratei? :P