quarta-feira, 2 de julho de 2008

Homem de pedra dura

Sou um homem de pedra, pedra dura
Que não habita, se habitua

Ainda lembro da ultima vez que sentir o calor de um abrigo.
Tão quente.
Aconchegante.
Fiz de tudo pra ficar, mas cai.
Fui expulso, escorraçado.

Tive que lembrar que ainda seria capaz de voltar.
Nunca voltei.

Estou aqui, no frio, sereno frio.

Coisas surgiram em minha mente.
Mente confusa a minha.
Mente insana.
Pensa em voltar.
Pensa em aceitar.
Aceitar sua falta de talento.
Sua vocação de ser nada e nada ser.
Seu desespero.
Essa vontade de sumir.
Algo demais até pra mim.
Foda-se!

Olá sol brilhante, incandescente!
Estou apenas esperando o momento de sua morte.
Estarei morto, mas ainda assim, tenha certeza que apreciarei o espetáculo em toda sua glória.
De forma silenciosa, sem chamar atenção, mas estarei lá, observando sua morte, assim como observou a minha.

Vida grosseira. Revolta.

Há de acabar.
Acabou.
Agora já acabou tudo.

Fui pra onde nunca achei que iria.
Fui pra muito longe.
Fui pra não voltar.
Voltei.

Agora sigo com a lua. Onde ela me levará não sei.

Quando se encontrar com o sol, saberei.

Saberei se ainda sou um homem de pedra, pedra dura.

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