sábado, 8 de setembro de 2007

Making of "Fala ó Zé"

ATENÇÃO!!! LEIA O “MAKING OF” ANTES DO CONTO POR SUA CONTA E RISCO!!! VOCÊ FOI AVISADO!!!



Com toda a certeza o conto mais sem sentido já publicado nesse blog!

A idéia do título surgiu da peça “Amor ao pêlo” de Artur Azevedo. Peça, a qual, estou ensaiando atualmente. Ela também influenciou na forma que escrevi esse conto.

A história, mais uma vez, foi criada enquanto era escrita.

Nesse conto, tentei usar um “jogo de palavras". É fácil notar a repetição excessiva e proposital de algumas. Creio que isso trouxe um certo “charme” e alguma identidade ao texto.

Outra coisa que eu achei interessante foi o fato do narrador interagir na história: "Ah Dona Glória..."

Tavez não haja uma história a ser contada. E sim um fato. Mas há uma idéia forte pro traz dela:

Devemos falar! Doa a quem doer (mesmo que esse “quem” seja você) temos que falar. E é isso que mostra a história do Zé Miranda.

Acho que essa idéia vem de uma musica que estou ouvindo muito ultimamente: “O Mérito o e o Monstro” do Teatro Mágico. (Se ainda não notaram, eu sou viciado nesses caras!)

A idéia, creio eu, veio principalmente desse trecho:

"Em cada gesto a gente tem que mostrar aquilo que a gente pensa, a nossa indignação da manera que for. Mas que ela seja bem vinda! Se não, isso se torna o Mérito e o Mostro.”


- Ó Zé não se cale!

Existem muitos “Zé’s” por ai. E pra esses “Zé’s” eu digo:

- Fala ó Zé!


Obrigado.

Fala ó Zé!

Zé Miranda era um feirante. Trabalhava segunda, quarta e nos finais de semana. Nos outros dias era zelado de um velho armazém.

Trabalhava duro o Zé.

Morava sozinho o Zé.

Não tinha parentes. Pois toda a sua família tinha fincado no Piauí, sua terra natal.

Seguia sempre a mesma rotina, o Zé.

Mas nas noite de sábado era diferente:

Zé ia à igreja!

Sim, enquanto todos se divertiam, o Zé ia rezar.

Gostava do silêncio. Gostava de ficar sozinho. Padre Gustavo abria a igreja só pra ele, e em troca, Zé limpava o santuário.

Mas o que pediria um homem que nem o Zé?

O que estaria faltando em sua vida?

Um milagre!

Zé queria falar.

Mas não queria falar com qualquer um. Isso ele já fazia.

Zé queria falar com Dona Glória.

Ah! Dona Glória. Exemplo de mulher! Roubou o coração do Zé.

Zé queria falar com o Deputado Romão.

Ah! Deputado Romão. Exemplo de deputado! Roubou o dinheiro do Zé.

Zé queria falar com o Dentista Heitor.

Ah! Dentista Heitor! Exemplo de dentista! Roubou o dente do Zé.

Zé, ajoelhado diante do altar, juntando toda a fé que acumulou por toda a sua vida, pediu.

Pediu.

Pediu mais uma vez. Pediu novamente.

Pediu a Deus que conseguisse falar.

E ouviu.

Ouviu. Ouviu de novo. Ouviu novamente. E ouviu mais uma vez:

- Fala ó Zé!

Correu, correu, correu e, por via das dúvidas, correu mais um pouco.

Chegou em casa, sentou-se, e ouviu outra vez:

- Fala ó Zé!

Correu, correu, correu e, por via das dúvidas, correu mais um pouco.

Estava ficando louco o Zé.

Mas afinal?

Seria Deus a tal voz?

Não sabia.

Seria o demônio a tal voz?

Não sabia e temia

Seria apenas a sua imaginação?

Previa.

Teria que falar?

Sim, teria que falar.

E falou.

Falou a Dona Glória.

Falou ao Deputado Romão.

Falou ao Dentista Heitor.

E enfim, falou para si mesmo:

- Fala ó Zé!


Fim

Making of "Menina dos olhos abandonada"

ATENÇÃO!!! LEIA O “MAKING OF” ANTES DO CONTO POR SUA CONTA E RISCO!!! VOCÊ FOI AVISADO!!!



Esse foi, sem dúvida, o conto mais brega que já surgiu nesse blog!!

Acho que isso reflete uma fase muito confusa da minha vida. Em todos os sentido, mas principalmente na parte sentimental.

Esse conto surgiu como todos os outros aqui presentes: primeiro penso no título e depois vou escrevendo a história.

No principio não tinha nenhuma intenção de criar uma história romântica. No primeiro momento, imaginei, pelo titulo mais um drama, se bem que não deixa de ser um drama, mas ele conta principalmente uma história de amor.

Achei interessante esse recurso de repetir o começo no final. Acho que deu um ar de “ciclo” muito legal.

No final (como sempre) não fazia idéia de qual seria o destino dos dois, por isso resolvi que não havia necessidade de um. Deixei em aberto, contudo, alguns podem entender que eles simplesmente se separam o que não está errado.

Os nomes dos protagonistas: Romeu e Julia, que não por acaso lembra “Romeu e Julieta” surgiu, do nada. Provavelmente do meu inconsciente. Contudo Romeu é o nome de um tio meu, e era nele que eu estava pensando quando nomeei o personagem.

Quanto ao titulo do conto vem de uma musica do Teatro Mágico (pra variar) “Folia no meu quarto”.

Imaginei como seria uma “menina dos olhos” (aquela filha mais querida de um pai) abandonada. Isso me fez querer conhecer sua história, e como não existia, tive que escrever...

No primeiro momento imaginei que ela seria uma garota de rua, ou algo do tipo, e não uma estudante apaixonada. Mas foi assim que ela surgiu.


Obrigado!


Próximo conto:

Fala ó Zé!