segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Predestinação elevada ao sublime onírico do nada ser

Eu não sei escrever. Nunca soube e duvido muito que um dia saberei. A minha pretensa habilidade nunca existiu. Tudo uma farsa.

A cultura que me falta é todo o conhecimento que eu não aprendi.Tarde demais. Não posso mudar o que não aconteceu. Todos os livros que eu devia ter lido e nunca li. Toda a minha formação não passou de lixo. De que me adianta esse conhecimento superficial?

Qual é a minha utilidade no mundo? Para que eu vos sirvo?

E vocês a mim, servem para quê?

Para me humilhar? Para me aprisionar? Para me abandonar?

De tudo o que eu sinto, essa amargura, esse desespero, essa angustia; tudo é o que mais me dói.

O que eu queria ser e não sou.

Porque eu não sou? O que eu sou? Quem eu sou? Qual é o meu caminho?

Só perguntas. Nenhuma resposta.


E aqui prossegue o meu escárnio a respeito do desespero que sou eu:


A versão empírica da sociedade não me satisfaz.

O que esperam?

A questão sempre pára em mim.

Os arroubos de criatividade originais não mais produzem os resultados de outrora. A dispersão assume um sentido amplo. Descargas de energia disparam a volta do corrimento não mais versátil. A produção que nunca desperta. Tudo me é hostil.

A forma de tornar-me, de formar-me, de construir algo bom através de conhecimentos aleatórios; nunca significou nada além do surgimento de uma espírito atormentado.

E no futuro, talvez longínquo, onde eu estiver velho, sábio ou não - pronto pra morrer - eu lembre da questão fundamental da minha vida.

O que sou eu?

NADA.

Eis o fundamento da minha alma