A cultura que me falta é todo o conhecimento que eu não aprendi.Tarde demais. Não posso mudar o que não aconteceu. Todos os livros que eu devia ter lido e nunca li. Toda a minha formação não passou de lixo. De que me adianta esse conhecimento superficial?
Qual é a minha utilidade no mundo? Para que eu vos sirvo?
E vocês a mim, servem para quê?
Para me humilhar? Para me aprisionar? Para me abandonar?
De tudo o que eu sinto, essa amargura, esse desespero, essa angustia; tudo é o que mais me dói.
O que eu queria ser e não sou.
Porque eu não sou? O que eu sou? Quem eu sou? Qual é o meu caminho?
Só perguntas. Nenhuma resposta.
E aqui prossegue o meu escárnio a respeito do desespero que sou eu:
A versão empírica da sociedade não me satisfaz.
O que esperam?
A questão sempre pára em mim.
Os arroubos de criatividade originais não mais produzem os resultados de outrora. A dispersão assume um sentido amplo. Descargas de energia disparam a volta do corrimento não mais versátil. A produção que nunca desperta. Tudo me é hostil.
A forma de tornar-me, de formar-me, de construir algo bom através de conhecimentos aleatórios; nunca significou nada além do surgimento de uma espírito atormentado.
E no futuro, talvez longínquo, onde eu estiver velho, sábio ou não - pronto pra morrer - eu lembre da questão fundamental da minha vida.
O que sou eu?
NADA.
Eis o fundamento da minha alma
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